A cidade é uma das maiores do estado, com quase 90 mil habitantes, segundo o IBGE. São 140 escolas no interior do município e 17 na sede. Itacoatiara significa "pedra lavrada" em tupi, e o nome teve origem em uma rocha com escritos antigos encontrada no local, à margem do rio Amazonas. Durante o final da semana ocorreram as comemorações do aniversário de 136 anos de Itacoatiara, cuja data principal foi o dia 25 de abril, domingo.
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A "pedra lavrada" que deu origem ao nome da cidade. Supõe-se que os escritos foram feitos por jesuítas - e não por índios nativos, como muitos acreditam. Foto: Fábio Tito |
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Sentado à esquerda, o secretário de Educação do município conversa com os pesquisadores sobre as rotas escolares. Diversos atores da secretaria participaram da reunião. Foto: Fábio Tito |
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A escola da comunidade de Nossa Senhora de Fátima. Antes do início das aulas, crianças ficaram curiosas com a presença dos pesquisadores. Fotos: Fábio Tito) |
Santino Lira Peixoto, de 46 anos, fica emotivo ao contar por que não é mais transportador escolar. "Um outro barqueiro achou que meu salário era bom, porque eu sempre ajudei quem precisa. Ele fez uma ata na comunidade dele pedindo que entrasse em meu lugar, foi uma confusão. Eu acabei abrindo mão e me afastei", afirma. Segundo ele, o salário líquido era de R$ 600, mas ele ainda tinha que pagar pelo combustível para o transporte. Isso implicava em um gasto de R$ 200 todo mês.
Para complementar a renda, o homem trabalhava em uma roça atrás da comunidade. "Enquanto os alunos tinham aula, eu ia para lá cuidar da roça. Fazia farinha de mandioca e vendia duas ou três sacas por mês em Itacoatiara, cada uma a R$ 180", conta. Uma saca tem volume de 80 litros.
Agora, no entanto, a preocupação maior de Santino é com a mercearia no térreo de sua casa, ao lado da escola de Nossa Senhora de Fátima. Ainda mais porque ele é iniciante no ramo do comércio, e está aprendendo na prática. "Sempre quis abrir um comércio aqui, até para facilitar a vida dos moradores. Comecei comprando os produtos que percebia que a comunidade precisava mais. E quando pediam algo que eu não tinha, avisava logo que na semana seguinte haveria", explica.
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De olho nos negócios: Santino anota os pedidos da comunidade para saber o que oferecer em sua mercearia. Foto: Fábio Tito |
Por Fábio Tito, de Itacoatiara
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