quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Pesquisa sobre TER vai a campo

Desde janeiro, pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento estão trabalhando na pesquisa Transporte Escolar Rural (TER). A pesquisa foi dividida em etapas e começou com a realização da contextualização do transporte escolar rural aquaviário em relação a outros transportes e à área da educação. Em sua segunda etapa, chamada fase de caracterização, a equipe do CEFTRU está avaliando o desempenho do transporte escolar rural nas modalidades aquaviário e bicicleta.

A pesquisa TER vem sendo realizada nas modalidades: custo/aluno, avaliando 9 cidades; barco escolar, percorrendo 16 cidades na bacia amazônica; bicicleta, passando por 25 cidades nas cinco regiões do país. Para a caracterização e avaliação do transporte escolar rural, os pesquisadores de campo devem entrevistar e aplicar questionários a alunos, pais, professores, diretores de escola, gestores dos municípios e condutores. A aplicação dos questionários serve para que os pesquisadores compreendam o uso do transporte escolar. Cada questionário possui entre 6 e 11 perguntas, para cada um dos participantes.

Para Willer Carvalho, engenheiro civil e um dos gerentes do projeto, a importância da pesquisa se dá no momento em que ela ajuda a melhorar a compreensão do uso do transporte escolar. “A pesquisa com o barco e bicicleta nos ajudará a compreender melhor a realidade da operação do transporte escolar rural e a avaliar a adequação dos veículos que são utilizados nesta atividade, considerando tanto os seus aspectos técnico-operacionais quanto às percepções por seus envolvidos”.

Durante a pesquisa sobre transporte escolar aquaviário a expedição vai percorrer 64 rotas escolares, quando serão entrevistados: 256 alunos; 128 pais de alunos; de 32 a 40 professores; de 32 a 40 diretores de escolas; 32 a 40 barqueiros; 16 secretários de educação; 16 coordenadores do transporte escolar; e 16 prefeitos.

A coleta de dados

O sistema de transporte escolar apresenta características que devem ser destacadas e analisadas dentro da realidade local, considerando as peculariedades das regiões geográficas e, também, da população dos municípios onde é executado. Para que isso seja possível durante a pesquisa TER os pesquisadores foram treinados para lidar com os instrumentos e procedimentos para o levantamento das informações.
A coleta de dados será realizada em duas etapas. A primeira consiste no levantamento de informações técnicas e percepções dos participantes sobre o transporte escolar por barco em seus respectivos municípios. A segunda etapa, que ocorre paralelamente à primeira, é a realização das entrevistas para aprofundar e complementar questões já levantadas anteriormente.
Durante a pesquisa, a expedição passará por 16 cidades e percorrerá 64 rotas escolares. Neste período serão entrevistados: 256 alunos; 128 pais de alunos; de 32 a 40 professores; de 32 a 40 diretores de escolas; 32 a 40 barqueiros; 16 secretários de educação; 16 coordenadores do transporte escolar; e, 16 prefeitos.

A saúde dos pesquisadores

 Os pesquisadores e a tripulação do barco receberam orientações especiais com relação à sua saúde.
Para a região norte do Brasil, onde será desenvolvida a pesquisa do transporte aquaviário e uma parte da pesquisa do transporte escolar rural realizado por bicicletas, há vacinas que são obrigatórias. Por este motivo, todos  foram vacinados contra febre amarela, dupla adulto, dupla ou tríplice viral, hepatite B e hepatite A.

No caso da hepatite A, que não faz parte do Programa Nacional de Vacinação, os pesquisadores foram submetidos ao exame de sorologia. Os pesquisadores que necessitaram da vacina para hepatite A foram encaminhados ao Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) para serem vacinados. A coordenadoria de Imunização do DF, juntamente com o HRAN, disponibilizou aproximadamente 40 doses da vacina contra hepatite A para os pesquisadores da pesquisa TER. Na modalidade pesquisa custo/aluno, 12 pessoas foram vacinadas; na frente da pesquisa aquaviário, 16 pessoas.

Dentre os cuidados assumidos pela pesquisa, ainda está a aquisição de kits primeiros-socorros, remédios para cólica, enjoos, alergias e dores. No caso da pesquisa do transporte aquaviário, também foram adquiridos coletes salva-vidas para os tripulantes. Todos os pesquisadores do transporte escolar rural possuirão seguro de vida durante o período da pesquisa.

Os pesquisadores e visitantes que estiverem embarcados serão identificados por um crachá que contém informações como tipo sanguíneo, alergias, plano de saúde e contato em caso de emergência.

Um capitão, um barco e uma história

Sebastião Costa Lima, mais conhecido como “Seu Sabá”,   navega há 13 anos pela amazônia e será o capitão do barco Natureza. Para  ele  participar de uma expedição como esta é a oportunidade de mostrar a cultura e a realidade local. “A nossa realidade é marcada pela sobrevivência e pela dignidade. É uma história diferente das outras regiões, por isso será um prazer apresentar isso a todos", afirma.




Barco Natureza


Curiosidade

Com capacidade para 140 pessoas, o Natureza tem uma história ligada à preservação das águas na amazônia. Nas cores preta, verde e branca, significando, respectivamente, protesto contra as queimadas, esperança e pureza, a embarcação é utilizada em campanhas de cunho ambiental, como explica Seu Sabá. “Todos que entram no barco recebem explicações sobre reciclagem e separação do lixo. É um processo de consciência para que as pessoas não joguem lixo na água”, assinala.

Conheça o percurso do Projeto Barco Escolar

A pesquisa de campo Caminho da Escola – Barco Escolar começa em março e terá duração de 3 meses. Como o objetivo de caracterizar e formular uma proposta de gestão para o transporte escolar rural, a pesquisa percorrerá 16 municípios e percorrerá 64 rotas escolares.


Cronograma da pesquisa

Rota da pesquisa transporte escolar rural aquaviário

No caminho da pesquisa de campo

 O Barco Natureza, que sairá de Belém e navegará até Tefé, no Amazonas. Durante a viagem os pesquisadores navegarão pelo rio Guamá e Tapajós, no Pará, e Amazonas e Solimões, no Amazonas. O grupo vai percorrer mais de 5 mil quilômetros.

Os cinco pesquisadores da equipe passaram por uma capacitação  durante os meses de janeiro e fevereiro. Além de  receber treinamentos  em primeiros-socorros  eles realizaram estudos sobre as   técnicas de entrevistas, se familiarizaram com a metodologia do trabalho e ainda foram treinados para manuseio dos gravadores. Algumas reuniões aconteceram para repassar ao grupo as regras mais importantes sobre o comportamento em embarcações.

Confira aqui abaixo a lista de cidades por onde o barco passará:

Santa Cruz do Arari (PA)
Abaetetuba (PA
Breves (PA)
Gurupá (PA)
Almerim (PA)
Santarém (PA)
Óbidos (PA)
Faro (PA)
Urucará (AM)
Itacoatiara (AM)
Manaquiri (AM)
Manacapuru (AM)
Codajás (AM)
Coari (AM)
Tefé (AM)
Porto Velho (RO)

Rota da pesquisa transporte escolar rural aquaviário

FNDE e UnB pesquisam o Transporte Escolar Rural do Brasil

Desenvolvida pelo Centro Interdisciplinar de Estudos em Transporte (Ceftru), da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a pesquisa sobre o transporte escolar rural teve início em 2005 e faz parte do Programa Caminho da Escola.  O objetivo é caracterizar e aprofundar o conhecimento sobre o transporte escolar rural. A etapa de pesquisa de campo será desenvolvida nas modalidades custo/aluno,  transporte aquaviário e transporte por bicicletas, dando continuidade   aos trabalhos realizados em 2009 para a caracterização do transporte feito por ônibus escolares em todo o Brasil

A proposta de um levantamento de dados e da caracterização do transporte escolar rural surgiu a partir da necessidade de  renovar a frotas que atende a quase 7 milhões de estudantes no País. Em sua primeira fase o programa Caminho da Escola, do FNDE,  iniciou um projeto de financiamento para renovação da frota escolar, mas era necessário também oferecer uma solução veicular correspondente às especificidades apresentadas pela realizada do campo nas diversas regiões brasileiras.

A pesquisa do transporte escolar  será realizado em todas as regiões do país a partir do seguinte contexto: custo/aluno, avaliando 9 cidades; aquaviário, percorrendo 16 cidades na bacia amazônica; bicicleta, passando por 25 cidades, 5 em cada região; e, por último, gestão, analisando 6 cidades. Os pesquisadores da modalidade custo/aluno já estão em campo, desde o último dia 20. A pesquisa sobre transporte aquaviário terá início no dia 08 de março; e, da bicicleta no começo de abril.