sexta-feira, 18 de junho de 2010

Paixão por bicicletas (e som automotivo) em Arapongas

Hiogo e a bicicleta da pesquisa.
Ao fundo, as outras bicicletas
da família. Foto: Fábio Tito
Um dos alunos que participou da pesquisa sobre bicicleta escolar em Arapongas foi Hiogo Murilo da Luz, de 15 anos - um verdadeiro apaixonado por bicicletas. "As duas coisas que eu gosto mais são bicicleta e som automotivo", conta. Desde o ano passado, Hiogo trabalha como aprendiz durante a tarde na oficina de marcenaria do pai, que fica ao lado de casa. E ele gosta de investir parte do salário em suas duas paixões.
Mas enquanto os gastos com som automotivo vão para o carro do pai, as modificações na bicicleta parecem ser mais bem aproveitadas pelo garoto. "Já troquei aros, guidão, pés de vela, pedais, banco, pneus, corrente, manetes e outras coisinhas. Em um ano foram mais de R$ 1 mil nessas alterações", afirma. E Hiogo faz jus aos investimentos. "Pedalo pela cidade inteira - dependendo do dia, ando mais de 10 km. E tenho amigos que gostam também, sempre vamos ao Parque dos Pássaros para fazer manobras", diz, animado.
Quando um pneu fura, é o próprio garoto quem
faz o conserto na oficina do pai. Foto: Fábio Tito
A facilidade de ter a oficina do pai ali ao lado também é usada em favor da paixão do adolescente. "Quando o pneu fura, eu mesmo conserto aqui na oficina. Só quando é alguma coisa mais séria que eu levo pro bicicleteiro", explica. Até na bicicleta da pesquisa Hiogo fez uns ajustes. "O paralamas estava saindo fácil e pegando no pneu da frente, mas apertei uns parafusos e ficou melhor", diz. Ele elogiou a bicicleta testada, mas não substituiria a sua tão cedo. "Fiz as modificações na minha e a deixei do jeito que eu queria, personalizada. Mas a bicicleta da pesquisa é boa, com certeza muitos alunos gostariam de ter uma", considera.
Por Fábio Tito, de Arapongas
Edição: Elza Pires de Campos

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Equipe da região Sul chega a Arapongas (PR) para realizar pesquisa da bicicleta escolar

No sábado, dia 5 de junho, a equipe da região Sul na frente de pesquisa da bicicleta escolar chegou a Arapongas, interior do Paraná. A ideia inicial era realizar o estudo no município de Astorga, a 14 km da cidade. Entretanto, o uso da bicicleta não é muito comum em Astorga, enquanto as bikes fazem parte da paisagem em Arapongas - o que levou a coordenação da pesquisa a substituir um município pelo outro no trabalho.
Rente ao estacionamento específico para motos, um homem utiliza a ciclofaixa. À direita, uma das esquinas preenchidas por bicicletas no centro de Arapongas. Fotos: Fábio Tito
Bicicletas e motos preenchem as ruas, por vezes fazendo dos carros minoria. Algumas vias principais possuem ciclofaixa, e nas esquinas do centro há pontos de estacionamento de bicicletas. Apesar de Arapongas parecer uma ótima cidade para receber a pesquisa, não foi bem isso que disse Irahi Germanovisk, secretária municipal interina de Educação. A equipe conversou com a secretária na manhã de segunda-feira (7). "Aqui o transporte escolar é todo feito por ônibus, vans e kombis. Os pais preferem desta forma, porque é mais seguro - tanto na zona urbana quanto na rural", antecipou.
No mesmo dia, os pesquisadores conheceram Leandro Camparoti, coordenador de transporte escolar em Arapongas e professor da rede pública. "Mesmo na zona urbana, é comum que o ônibus ou a van apanhe alunos que moram próximos à escola, no mesmo bairro. É uma comodidade. Mas há escolas que têm, sim, estudantes que preferem pedalar", conta.
O bicicletário da escola não fica lotado, mas mostra que
há quem prefira pedalar para ir às aulas. Foto: Fábio Tito
Foi através da indicação do professor que a equipe chegou à escola estadual Júlia Wanderley, no centro de Arapongas. As bicicletas no pátio mostravam que havia trabalho pela frente. Após fazer entrevistas com a diretora e uma professora da escola, a equipe entrevistou dez alunos que não utilizam a bicicleta para ir às aulas.
Quanto aos que costumam pedalar até o colégio, é a diretora ou a professora entrevistada quem geralmente indica esses alunos para participarem do estudo e testarem uma bicicleta da pesquisa. No mesmo dia a equipe vai até a casa de cada aluno para convidá-lo a participar do estudo, entrevista o pai ou a mãe e entrega a bicicleta para ser usada no dia seguinte.
Por Fábio Tito, de Arapongas
Edição: Elza Pires de Campos

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Após último dia de pesquisa, Porto Velho (RO) recebe as lanchas escolares usadas na expedição

O ônibus que faz a segunda parte
do trajeto na rota acompanhada
pela pesquisa. Foto: Diego Baravelli
Na quarta-feira (2), último dia em campo da frente de pesquisa do barco escolar, a equipe acompanhou uma rota escolar que leva alunos até a escola municipal Chiquilito Erse. O colégio fica na comunidade de Aliança, localizada à margem do rio Madeira e a 50 km da cidade de Porto Velho. Na rota, o ponto final do percurso feito no rio Madeira não é a escola. Os alunos fazem de lancha apenas a primeira parte do trajeto, e depois seguem de ônibus por estradas de terra até o colégio.
O blog TER Pesquisa visitou a escola municipal Deigmar Moraes de Souza, na comunidade de Cujubim Grande, e viu como programas federais têm ajudado a melhorar não só a vida escolar, mas também comunitária no local. Luiz Pereira Braga, de 51 anos, é o diretor do colégio e falou sobre as oficinas extracurriculares oferecidas no programa Mais Educação. "Estamos com a oficina de horta e vamos começar outras, como música e dança. As melhorias já são visíveis no desempenho, comportamento e assiduidade dos alunos", afirma. São 120 estudantes inscritos no programa. As atividades são sempre no horário oposto às aulas, e alguns recebem o almoço na escola para não precisarem voltar para casa no meio tempo.
Alunos participam da oficina de horta, parte do
programa Mais Educação. Foto: Fábio Tito
Marcos Fleming (dir.) entrega as chaves das lanchas escolares
a Edimar Oliveira no porto da cidade. Foto: Fábio Tito
Na tarde do mesmo dia, a equipe foi até o porto da cidade para a entrega das lanchas testadas ao longo dos quase três meses de pesquisa em campo. Marcos Fleming, coordenador do estudo, entregou as chaves das duas embarcações a Edimar Oliveira, chefe de aparelhamento de projetos especiais da Secretaria Municipal de Educação. Por possuir sistema terceirizado de transporte escolar, a secretaria ainda estuda a maneira como as lanchas escolares serão utilizadas para implementar melhorias nesse sistema.
Por Fábio Tito, de Porto Velho
Edição: Elza Pires de Campos

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Equipe chega a Porto Velho (RO), último município visitado pela frente de pesquisa do barco escolar

Após a realização da pesquisa em Tefé, no Amazonas, a equipe de pesquisa do barco escolar navegou de volta a Manaus a bordo do barco Natureza. Lá, a embarcação de apoio da expedição foi desmontada e a equipe seguiu de avião até Porto Velho, último município a ter rotas escolares de barco acompanhadas pelo estudo. As lanchas escolares usadas na pesquisa foram enviadas de balsa até a capital de Rondônia, trajeto que demorou seis dias para ser feito.
A secretária de Educação de Porto Velho, Maria
de Fátima Pereira de Oliveira. Foto: Fábio Tito
Na segunda-feira, dia 31 de maio, a equipe entrevistou a secretária municipal de Educação, Maria de Fátima Ferreira de Oliveira. Ela falou sobre a complexidade do transporte escolar em Porto Velho, que envolve embarcações, ônibus e bicicletas distribuídas pela secretaria. "O transporte escolar rodoviário e fluvial é todo realizado por empresas terceirizadas há mais de cinco anos, e isso permitiu que saíssemos de 2 mil estudantes transportados para os mais de 9 mil alunos atendidos atualmente", afirma. Ela acredita que a melhora na administração do transporte tem ligação direta com o aumento de alunos nas escolas.
Crianças descem por íngremes barrancos para embarcar no transporte escolar. O solo é muitas vezes argiloso e escorregadio. Foto: Diego Baravelli
Fátima também explicou que as maiores dificuldades atualmente dizem respeito ao transporte rodoviário, por conta das condições precárias de diversas estradas e das longas distâncias. Nas primeiras rotas de barco acompanhadas pela equipe na terça-feira, 1º de junho, o que chamou a atenção foram os grandes barrancos que várias crianças têm que encarar para embarcar no transporte para a escola. Neste dia, a pesquisa visitou as escolas Deigmar Moraes de Souza e Ermelindo Brasil, respectivamente nas comunidades de Cujubim Grande e São João Batista, à margem do rio Madeira.
Por Fábio Tito, de Porto Velho
Edição: Elza Pires de Campos

terça-feira, 1 de junho de 2010

Ubatuba, no litoral norte paulista, impressiona pelo número de bicicletas nas escolas

Não foi difícil constatar a predominância das bicicletas no transporte em Ubatuba, litoral norte de São Paulo. A equipe da região Sudeste na frente de pesquisa da bicicleta escolar chegou à cidade na terça-feira, dia 25, e ficou impressionada com o enorme bicicletário da escola municipal Presidente Tancredo de Almeida Neves.
Mais de 300 bicicletas preenchem o bicicletário durante
a manhã na escola Tancredo Neves. Foto: Fábio Tito
 Segundo a diretora do colégio, Maria de Fátima Souza Barros, mais de 80% dos alunos pedala para ir às aulas. "É um excelente meio para chegar à escola. Além de ser ecologicamente correto, garante a atividade física e promove a saúde dos alunos", afirma. Ela cita um exemplo de como a bicicleta é de fato parte da cultura local. "Sempre que fazemos alguma festa com sorteio, colocamos uma bicicleta como prêmio. É o que faz mais sucesso entre as crianças", conta.
Durante a passagem por Ubatuba, o blog TER Pesquisa acompanhou a rotina de Antônio Carlos do Carmo Júnior, de 13 anos, em seu trajeto até a escola. Ele mora com os pais no bairro de Perequê-Açu, e pedala todo dia até o Centro, onde fica o colégio Tancredo Neves. Ana Cristina Araújo Silva, de 37 anos, é a mãe de Antônio e explica que há pouco mais de um ano a bicicleta passou a ser o principal meio de transporte do filho. "Só a partir de 2009 começamos a deixar o Júnior fazer esse trajeto todo dia. Antes ele ainda era muito novo, e o trânsito aqui é perigoso", afirma a mãe, zelosa.
Hoje o adolescente chega a percorrer a distância entre a casa e a escola até seis vezes no mesmo dia, quando há atividades à tarde e/ou à noite. "O pessoal que anda de bike realmente não costuma respeitar algumas regras. É comum ver gente andando na contramão ou fora das ciclovias, atrapalhando o trânsito", afirma Antônio.
Na saída do colégio, a esquina é preenchida por diversas bicicletas. Antônio aprovou a bicicleta testada durante a pesquisa. Foto: Fábio Tito
Antônio testou o protótipo da bicicleta escolar proposta pelo MEC na quarta-feira (26), e elogiou o desempenho da bicicleta. "Ela é bem leve e fácil de pedalar. Não tem marchas como a minha, mas aqui em Ubatuba o terreno é muito plano então não faz diferença", avalia.
Por Fábio Tito, de Ubatuba
Edição: Elza Pires de Campos