sexta-feira, 9 de abril de 2010

Coordenador do FNDE acompanha visita a escola em Anumã, à beira do Tapajós

Divididas as equipes para as rotas da tarde de segunda-feira (5), os pesquisadores Diego Baravelli, Amanda Odelius e a líder Renata Maia-Pinto fizeram o estudo da rota que leva alunos da comunidade de Santi até a escola Santa Rita de Cássia, na comunidade de Anumã. O coordenador geral de apoio à manutenção escolar do FNDE, José Maria Rodrigues, acompanhou a visita ao colégio.
José Maria Rodrigues, representante do FNDE, conversa com crianças e alunos ao lado de Renata Maia Pinto, líder do projeto. Foto: Fábio Tito
Segundo Grasiani Gilberto de Souza Pereira, auxiliar responsável pela escola, 80 estudantes assistem às aulas diariamente, dos quais 17 utilizam um barco para chegar até lá. "São alunos que moram em comunidades do outro lado do rio e vão a pé ou de bicicleta até o ponto em que o barqueiro os apanha", explica Pereira. O barqueiro foi contratado pelo município de Santarém há dois anos. Antes disso, alguns pais faziam a travessia dos estudantes.
O responsável pela escola também falou sobre crianças e adolescentes na região que deveriam estar na escola mas não se matriculam. "Muitos casos são por falta de interesse deles mesmos, outros são pela condição financeira da família", afirma. De acordo com ele, os alunos só recebem do governo a camisa do uniforme, e as famílias maiores têm gastos significativos para manterem todos os filhos na escola.
Antes da aula, algo inédito na pesquisa: à frente das bandeiras do Brasil, Pará e Santarém, as crianças foram alinhadas para cantarem o Hino Nacional, acompanhando a canção tocada no aparelho de som.
As bandeiras são erguidas durante o Hino Nacional na escola Santa Rita de Cássia, em Anumã. Foto: Fábio Tito
Além do auxiliar responsável, os pesquisadores também entrevistaram duas alunas que fazem a rota pelo rio todos os dias, além do barqueiro e do pai de uma das crianças que utilizam o barco. De presente, ganharam duas melancias produzidas no quintal da casa do barqueiro.

Crianças curiosas observam
a lancha do projeto. Foto: Fábio Tito
Alunos sem transporte
A outra equipe, formada por Marcelo Bousada, André di Monaco e Ana Paula Martins, foi às escolas das comunidades de Vila Amorim e Cabeceira do Anselmo. Elas fazem parte do pólo José de Melo Silva, que possui em suas unidades um total de 500 alunos. Os pesquisadores verificaram que nenhuma das rotas nesse pólo possui transporte de barco oferecido pela prefeitura. "Os alunos têm que dar um jeito para chegar até a escola. Uma professora nos contou que há crianças que chegam a remar por mais de uma hora para irem às aulas", afirma o antropólogo Marcelo Bousada, pesquisador do projeto.
Devido ao deslocamento entre Anumã e Vila Amorim, a equipe não chegou a tempo para acompanhar as rotas do período matutino. À tarde, os alunos que utilizam o rio para ir ao colégio não tiveram aula, por isso a equipe não conseguiu acompanhar nenhuma rota neste dia.
Por Fábio Tito, de Santarém

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