Além dessa rota, a pesquisa acompanhou também o trajeto de um transportador escolar que leva alunos ao lago Catalão, onde fica a escola Nossa Senhora Aparecida. Ao redor do lago, as comunidades têm uma característica que chama atenção: a grande maioria das habitações é flutuante, inclusive o colégio local. Foi a primeira escola flutuante visitada na expedição.
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A escola flutuante Nossa Senhora Aparecida, no lago Catalão. Pelas frestas no piso é possível ver a água do rio. Fotos: Fábio Tito. |
De início, a equipe também estava desavisada do fato, mas mesmo assim foi possível acompanhar a rota com o barqueiro local e fazer as entrevistas necessárias para a pesquisa. Na escola visitada pela outra equipe de pesquisadores, dois professores também haviam ido à cidade receber o salário, mas eles foram substituídos pela secretária e pelo diretor do colégio.
Joaquim dos Santos, de 41 anos, é o diretor da escola Nossa Senhora da Conceição e presidente da comunidade de Santo Antônio. Ele falou sobre um problema que tem amedrontado os moradores da região, principalmente os que têm filhos transportados de barco até a escola.
Navegação perigosa e as terras caídas
Quando a barqueira local chega à margem de Santo Antônio, Joaquim dos Santos já está lá para ajudar no desembarque dos alunos. Ele observa preocupado enquanto a pequena embarcação de alumínio sobe pelo furo do Paracuuba, um braço do rio Solimões que se forma durante a cheia. Não bastasse a correnteza intensa no local, há também o tráfego de diversas lanchas de passageiros. Isso principalmente no início da manhã e no horário de almoço, que são as horas em que se realiza o transporte escolar.
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As crianças transportadas já saem de casa usando o colete salva-vidas. À direita, o barco segue cheio enquanto uma lancha de passageiros vem veloz à frente. Fotos: Fábio Tito |
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O diretor da escola em Santo Antônio, Joaquim dos Santos. À direita, crianças vestem seus coletes antes de voltar para casa. Fotos: Fábio Tito |
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Margem próxima à escola - os deslizamentos são constantes. Foto: Fábio Tito |
Por Fábio Tito, de Iranduba
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