quinta-feira, 20 de maio de 2010

Frente da bicicleta escolar acompanha alunos em Santa Rita, interior do Maranhão

Antônia se prepara para voltar para casa na
bicicleta testada pela pesquisa. Foto: Fábio Tito
Durante a primeira das cinco semanas em campo, a equipe responsável pela região Nordeste na frente de pesquisa da bicicleta escolar está no município de Santa Rita, no interior do Maranhão. No início da semana eles entrevistaram alunos da escola Doutor Clodomir Pinheiro Costa, na zona rural do município, e viram de perto como a bicicleta ajuda a deixar um pouco mais fácil o caminho até a escola.
Antônia Miguelina Mendes, de 16 anos, foi uma das alunas que participou da pesquisa. Na terça-feira, dia 18, ela testou a bicicleta proposta pelo Ministério da Educação (MEC), e diz ter gostado da experiência. "A bicicleta é muito boa, bem melhor do que a que tem aqui em casa", afirma. E segundo Antônia, não é todo dia que ela pedala até a escola. "Às vezes alguém da família precisa da bicicleta, e eu tenho que pegar carona na garupa da minha prima", explica a jovem.
Muitas crianças caminham grandes distâncias até chegar à escola. À direita, Antônia e a prima dela testam as bicicletas do projeto. Fotos: Fábio Tito
A avó de Antônia é Ernestina Alves, de 64 anos. "É vó e mãe", brinca a neta, que foi criada pela senhora. Ernestina mora no vilarejo de Santa Rosa desde criança, e contou um pouco sobre a vida na região para o blog TER Pesquisa. "a gente vive de roça e pesca. Plantamos arroz, milho, mandioca, feijão... Tudo pro consumo próprio. E o melhor pescador da casa é o compadre", diz.
Compadre Valdeci prepara o cofo enquanto
conversa à porta de casa. Foto: Fábio Tito.
O "compadre" é Valdeci Munim Mendes, de 65 anos, que mora com a família de Ernestina. Enquanto conversa, ele tece um acessório para a pesca. "Isto aqui é um cofo, a gente usa pra guardar os peixes dentro d'água", explica o homem. "Aqui em casa todo mundo pesca", acrescenta Antônia. O cofo é feito com a folha da palmeira de babaçu, chamada de pindova na região. Valdeci rapidamente constroi o que parece um cesto fundo de palha, do tamanho que ele usa para guardar peixes maiores. "Faço também uns menores pros meninos, eles não aprendem a fazer por conta própria. Eu mesmo não tive ninguém que me ensinou, aprendi sozinho", afirma.
Por Fábio Tito, de Santa Rita
Edição: Elza Pires de Campos

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