sexta-feira, 19 de março de 2010

Nas rotas escolares das ilhas de Abaetetuba

O segundo município do Pará visitado pela pesquisa do transporte escolar aquaviário é Abaetetuba, onde o barco Natureza ancorou por quatro dias. Ali a pesquisa aconteceu nas rotas escolares pelos rios Tauera-Açu e Quianduba. Cercada por ilhas, a região do município de Abaetetuba, de acordo com o censo escolar, concentra 11 mil estudantes que dependem de um barco para chegar à escola.
No rio Quianduba os pesquisadores fizeram o caminho até a escola Dionísio Hage, localizado em uma das 72 duas ilhas sob a administração daquele município. A Dionísio Hage possui 800 alunos matriculados, sendo que todos dependem do transporte escolar aquaviário para ter acesso à sala de aula. Já na rota do rio Tauera-Açu, eles foram até à Escola Santa Ana, distante 7 quilômetros da sede do município. No percurso do rio Tauera-Açu, executado na manhã do dia 15 de março, a líder da pesquisa Renata Maia-Pinto e os pesquisadores Amada Odelius e Diego Baravelli acompanharam a rotina das crianças que são transportadas até a escola por rabeta, embarcação feita de madeira e que utiliza motor. Os pesquisadores foram acompanhados pela coordenadora do transporte escolar local, Conceição Bragança.
No município de Abaetetuba há 53 mil estudantes matriculados nas escolas municipais sendo que 14 mil deles dependem do transporte escolar rural . Alguns vão de transporte escolar muncipal, outros vão pelos igarapés com barco a remo ou até a pé pelas margens dos rios. Nas rotas avaliadas os pesquisadores acompanharam a ida das crianças e a volta e testaram as lanchas nas rotas escolares conforme estabelecido no cronograma da pesquisa de campo.
No rio Quianduba, cada uma das duas rotas acompanhadas teve duração de cerca de 45 minutos. Os pesquisadores transportaram junto com o barqueiro local 60 crianças em duas rabetas utilizadas como transporte. O mesmo percurso também foi executado pelas lanchas escolares desenvolvidas pela marinha do Brasil, quando os barqueiros locais transportaram os alunos de volta para a suas casas. Segundo observou o pesquisador Marcelo Bousada, houve receio de alguns alunos ao entrar na lancha escolar, pois, na região é comum acidentes com embarcações cobertas. Durante as atividades, os pesquisadores sinalizaram para a dificuldade de buscar os alunos em casa quando a maré está baixa.

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