quarta-feira, 31 de março de 2010

Em Gurupá (PA) mais de nove mil crianças dependem de embarcação para chegar à escola

aluno atravessa palafina em direção à escola - foto Efraim Neto
Na noite do dia 23 de março a equipe da pesquisa sobre transporte escolar aquaviário chegou ao município de Gurupá, no Pará, o quarto município no roteiro da pesquisa de campo sobre o Transporte Escolar Rural.Segundo estudo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, realizado em 2009, cerca de 9600 alunos do município que pertence à região do Marajó, são transportados por embarcações, num total de 1100 rotas. O município de Gurupá possui 178 escolas municipais e quase 13 mil alunos matriculados, apresentando uma taxa de 65,2% de analfabetismo. Segundo o último censo escolar, em 2009, os índices de estudantes fora da escola, para a idade de 7 a 14 anos, é de 19,66% e de 21,79% para os jovens de idade entre 15 e 17 anos.


Uma das escolas visitadas em Gurupá - foto-Efraim Neto

Na manhã do dia 24, os pesquisadores realizaram uma rápida visita à Secretaria Municipal de Educação e à Prefeitura de Gurupá, quando apresentaram as necessidades e a rotina da pesquisa no município e, juntamente com a secretária de educação, Maria Jacirene Coelho Dias , definiram as rotas que seriam realizadas no município.Durante uma visita para conhece a lancha escolar o prefeito Manoel Moacir Gonçalves Alho ressaltou a necessidade e importância que o transporte escolar possui para o município. Na tarde do mesmo dia, a equipe da pesquisa sobre transporte aquaviário seguiu para o Pólo Moju, no rio Moju, um dos 18 pólos educacionais do município, para dar continuidade à pesquisa de campo.

A rotina de um aluno em Gurupá


alunos aguardam o barco para ir à escola

Janderson Fernande, estudante em Gurupa













Ainda está escuro no pólo Moju, no município de Gurupá, no Pará, quando Janderson Fernandes Braga, 14 anos, acorda e se prepara para ir à aula. Ao lado dos irmãos, Keff, 4, Tailan, 9, e Diorjenes 13, ele e outros  cinco estudantes da escola Gomes Neto seguem num barco de madeira durante uma hora, recolhendo os colegas nos diversos braços de rios existente no pólo Moju. 


O acesso dos alunos para a escola Gomes Neto é possível graças às  9 embarcações que transportam cerca de 550 alunos para a sala de aula. A rotina dos irmãos Fernandes é comum a outros 502 mil alunos que dependem do transporte escolar para chegar às escolas  nessa região do País. Após a aula, o estudante do segundo ano do ensino fundamental não segue de volta para casa, e se une a outros milhares de estudantes na amazônia que ajudam os pais nas atividades do campo.  Janderson também ajuda o pai no cultivo de arroz, melancia e na exploração do palmito. Nos finais de semana o estudante e sua família vão à sede municipal vender os produtos que retiram da roça; uma viagem dura cerca de 2h e se inicia na madrugada de sexta para sábados às 2h da manhã.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Em Breves cerca de 5 mil crianças sem certidão de nascimento



Crianças chegam á escola após percurso de barco..Foto-Diego Baravelli
 Além da dificuldade para acesso à escola, muitas crianças no município de
Breves, no Pará, ainda não existem como cidadãos brasileiros. Segundo informa Milton Carvalho Cavalcante, estatístico da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), que participou de encontros com os pesquisadores durante a visita às rotas escolares, no município cerca 5 mil crianças não têm o registro de nascimento. O relatório O Direito de Aprender, divulgado pela Unicef em 2009,  já aponta a falta de registro de nascimento como um dos entraves para a inclusão das crianças no sistema educacional. A falta de registro também compromete o planejamento de políticas e programas de educação, saúde e assistência social.

O município de Breves possui 101 mil habitantes, sendo 56 mil na zona urbana e 45 mil nos distritos rurais. Segundo Cavalcante, o distrito de São Miguel, localizando no rio Mapuá, por ser mais distante, apresenta os maiores índices de sub-registro na região. Em São Miguel estão matriculados mais de 4 mil alunos, sendo que dois mil possuem os documentos exigidos. Há comunidades, como explica Cavalcante, que apenas dois de 25 alunos possuem todos os documentos necessários. No distrito do Curumu, já visitado pelos pesquisadores, há 114 escolas, das quais cerca de 20% não têm alunos com todos os documentos exigidos, disse Ane Marcele, coordenadora de educação do Curumu.

A falta da certidão de nascimento  além de dificultar o acesso das crianças às salas de aula também contribui para sua vulnerabilidade, como por exemplo para o trabalho infantil e  exploração sexual, que, como informa os pesquisadores do transporte aquaviário demonstrou ser comum na região de Breves. Segundo a Unicef os índices de sub-registro no Pará são de 15,8%. Em 2006,  segundo  o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 12,7% dos bebês não tiveram seu nascimento registrado em cartório. Os Estados onde há maior sub-registro de nascimentos estão no Norte e no Nordeste. A maior estimativa de bebês sem certidão de nascimento foi detectada em Roraima: 43%.

No município de Breves pesquisadores viajam 8 horas para identificar rotas

Uma das lanchas da marinha testada pelos pesquisadores -Foto- Diego Baravelli
Os pesquisadores do transporte escolar aquaviário viajaram até o distrito de Curumu, no município de Breves, para mais uma ação de caracterização da realidade do transporte escolar do distrito rural. Durante o percurso, que teve duração de 8h, a equipe da pesquisa navegou pelos rios Parauaú, Jaburu, Jacaré Grande e Aranaí. No Curumu foram realizadas duas rotas escolares, sendo uma para a escola São Jorge e outra para a escola São Luís; ambas situadas no rio Ituquerá. O distrito do Curumu possui 116 escolas, e os alunos das duas escolas visitadas pelos pesquisadores necessitam do transporte aquiaviário para ter acesso à sala de aula. O barco atravessou um temporal  no rio Jacaré Grande,  um trecho difícil devido à maré e ao vento forte. No distrito, o barco Natureza ficou atracado no píer do “Bar da Ilha”.Os passageiros do barco Natureza foram recebidos com muita atenção pelos habitantes da pequena vila. A família do barqueiro local serviu camarão fresco, criado no quintal da residência, e açaí. Da produção local foram comprados pão caseiro e peixe tambaqui. A vila conta com um pequeno mercado, uma igreja, uma madeireira e é habitada por pescadores e criadores de peixes e camarão.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Pesquisadores se encontram com os gestores do transporte escolar de Breves


Apresentação da pesquisa em Breves.Foto-Efraim Neto
 O barco Natureza está atracado no município de Breves desde o dia 18,  equipado para servir de apoio  aos pesquisadores do transporte escolar aquaviário.
O prefeito de Breves, José Antônio Leão, se reuniu com os pesquisadores juntamente com o coordenador de educação rural do município, Carlos Alberto Brasil.
A líder da pesquisa, Renata Maia-Pinto, Marcelo Bousada, líder da pesquisa de campo, e Marcos Flemng, gerente da pesquisa, se encontraram  em 19/03 com os gestores do transporte escolar do município de Breves. Durante o encontro, realizado na Secretaria de Educação de Breves (SEMED), os pesquisadores apresentaram os objetivos da pesquisa e as atividades que serão desenvolvidas durante os 4 dias em que o barco Natureza estiver  no município. O encontro com Lucyjane Macedo, diretora de ensino, e com Carlos Alberto Brasil, coordenador da educação rural, serviu para que os pesquisadores planejassem as rotas a serem executadas na zona rural do município.
Técnicos da Semed visitam o barco - Fotos-Efraim Neto
Dividido em 4 distritos – Sede Rural, Antônio Lemos, São Miguel e Curumu -, Breves apresenta diversas dificuldades no que se refere ao transporte escolar rural, sendo os principais problemas a distribuição de rotas, distância e tempo de execução, carência de embarcações, e combustível. Com o objetivo de compreender melhor essas dificuldades, os pesquisadores executarão 4 rotas escolares na zona rural, sendo as duas primeiras: Escolas Ivo Mainardi no distrito de Antônio Lemos, e a Escola Nova Jerusalém no distrito da Sede Rural. A primeira escola possui 650 alunos, divididos em quatro turnos e conta com três barqueiros para a execução do transporte escolar. A escola Nova Jerusalém possui 120 alunos divididos em dois turnos. As duas escolas dependem integralmente do transporte escolar aquaviário e as rotas com os pesquisadores serão executadas na segunda-feira, 22.
Prefeito – No período da tarde, os pesquisadores se encontraram com José Antônio Leão, prefeito de Breves, e Carlos Alberto Brasil, coordenador de educação rural, para apresentar o planejamento que foi desenvolvido após o encontro no turno da manhã. Na atividade, Marcos Fleming, gerente da pesquisa, apresentou o histórico do estudo sobre transporte escolar rural, falou da pesquisa com ônibus escolar realizada no ano passado e do desenvolvimento das lanchas escolares, além  das perspectivas sobre a caracterização das embarcações. No encontro o prefeito Leão informou que o motor a gasolina não é a melhor opção para o município, pois o acesso e o preço do combustível não tornariam viável o seu uso.

Para identificar rotas em Breves pesquisadores entrevistam também o barqueiro

Casa do barqueiro no município de Breves - Foto-Efraim Neto
Lancha da Marinha nas rotas escolares do Pará
No terceiro município visitado pela pesquisa do transporte escolar aquaviário, pesquisadores foram a campo no sábado, 20, para conhecer as rotas escolares que serão caracterizadas durante o desenvolvimento do estudo no município. Em Breves os pesquisadores executarão 4 rotas escolares, das quais duas estão definidas. Acompanhados de Neide Andrande, coordenadora do transporte do distrito da Sede Rural, a equipe formada por Marcos Fleming gerente da pesquisa, Renata Maia-Pinto, líder da pesquisa, Marcelo Bousada, líder da pesquisa de campo, André Di Monaco e Amanda Odelius, pesquisadores de campo, visitou as escolas Nova Jerusalém, no distrito da Sede Rural, e Ivo Mainardi, no distrito de Antônio Lemos.  Durante a atividade, os pesquisadores também foram até a casa dos dos barqueiros responsáveis pelo transporte escolar em cada um dos distritos. As rotas escolares serão realizadas na segunda-feira, 22, pela manhã, começando às 04h30.

Pesquisadores contam com internet para auxiliar as atividades de campo

A pesquisa sobre transporte escolar aquaviário que está em campo na amazônia conta com o serviço da empresa Neger Telecom para ter acesso à internet e enviar dados do estudo ao CEFTRU durante o seu período de desenvolvimento. O técnico em telecomunicação da empresa, Marco Maraccini, embarcou em Abaetetuba para realizar a instalação do serviço RuralMAX Amazônia, projeto que consiste no desenvolvimento de sistemas que possibilitam o acesso à internet em banda larga nas áreas rurais da região amazônica, em embarcações e comunidades ribeirinhas distantes da sede dos municípios. Segundo Maraccini, o serviço adquirido pelo CEFTRU tem como características possibilitar o acesso à internet via a tecnologia 2G, 3G ou Wi-Fi em áreas remotas. O técnico seguirá com a equipe da pesquisa até o município de Santarém.

No município de Breves, no Pará, a embarcação é parte da rota para as escolas

 No  maior e mais importante município da Ilha do Marajó, Breves, mais de 7 mil alunos  não têm acesso ao transporte escolar. Há 16 mil estudantes no município e destes 9 mil são atendidos com transporte escolar rural. Pelo menos  44% dos estudantes que dependem de embarcações para chegar à sala de aula. Os pesquisadores do barco Natureza estão em Breves desde o dia  19/03 para acompanhar as rotas escolares e testar a lancha de transporte escolar desenvolvida pela Marinha do Brasil.
Com uma população de 101 mil habitantes, dos quais 37 mil estudantes, o município localizado a sudoeste da Ilha possui 300 escolas, sendo que 225 estão espalhadas por quatro distritos rurais onde estudam mais de 16 mil estudantes, todos dependentes do transporte realizado pelas embarcações. Segundo Carlos Alberto Brasil, coordenador da Educação Rural do Município de Breves, apenas 9 mil alunos são atendidos pelo serviço de transporte escolar rural e os alunos que utilizam embarcação próprias, como a canoa, não são considerados alunos que utilizam o serviço.
Localizado a 158 quilômetros da capital paraense, Breves tem 300 escolas e executa 600 rotas, dividas entre as escolas na sede do município e nos distritos de Sede Rural, Curumu, Antônio Lemos e São Miguel. Os pesquisadores, até o dia 22 de março, acompanharão 4 rotas para caracterizar o tipo de embarcação utilizada pelos estudantes, a distância, o tempo e o trajeto dos percursos escolares. O município é o terceiro a ser caracterizado pelos pesquisadores do CEFTRU que estão em campo na amazônia.

Breves é objeto de pesquisa sobre transporte escolar aquaviário

Equipe da pesquisa sobre transporte escolar aquaviário retorna à Ilha do Marajó para realizar a caracterização do transporte de estudantes realizado pelas embarcações no município de Breves, maior cidade da Ilha. A viagem ocorreu após o encerramento das atividades em Abaetetuba e a entrada no barco de Marco Maraccini, técnico em telecomunicações da Neger Telecom, que instalou a internet RuralMAX Amazônia, serviço para áreas remotas, no barco Natureza.O percurso entre Abaetetuba e Breves foi realizado no dia 18 de março e teve duração de 11h. No município a embarcação de apoio dos pesquisadores está atracada no píer municipal, no centro de Breves.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Nas rotas escolares das ilhas de Abaetetuba

O segundo município do Pará visitado pela pesquisa do transporte escolar aquaviário é Abaetetuba, onde o barco Natureza ancorou por quatro dias. Ali a pesquisa aconteceu nas rotas escolares pelos rios Tauera-Açu e Quianduba. Cercada por ilhas, a região do município de Abaetetuba, de acordo com o censo escolar, concentra 11 mil estudantes que dependem de um barco para chegar à escola.
No rio Quianduba os pesquisadores fizeram o caminho até a escola Dionísio Hage, localizado em uma das 72 duas ilhas sob a administração daquele município. A Dionísio Hage possui 800 alunos matriculados, sendo que todos dependem do transporte escolar aquaviário para ter acesso à sala de aula. Já na rota do rio Tauera-Açu, eles foram até à Escola Santa Ana, distante 7 quilômetros da sede do município. No percurso do rio Tauera-Açu, executado na manhã do dia 15 de março, a líder da pesquisa Renata Maia-Pinto e os pesquisadores Amada Odelius e Diego Baravelli acompanharam a rotina das crianças que são transportadas até a escola por rabeta, embarcação feita de madeira e que utiliza motor. Os pesquisadores foram acompanhados pela coordenadora do transporte escolar local, Conceição Bragança.
No município de Abaetetuba há 53 mil estudantes matriculados nas escolas municipais sendo que 14 mil deles dependem do transporte escolar rural . Alguns vão de transporte escolar muncipal, outros vão pelos igarapés com barco a remo ou até a pé pelas margens dos rios. Nas rotas avaliadas os pesquisadores acompanharam a ida das crianças e a volta e testaram as lanchas nas rotas escolares conforme estabelecido no cronograma da pesquisa de campo.
No rio Quianduba, cada uma das duas rotas acompanhadas teve duração de cerca de 45 minutos. Os pesquisadores transportaram junto com o barqueiro local 60 crianças em duas rabetas utilizadas como transporte. O mesmo percurso também foi executado pelas lanchas escolares desenvolvidas pela marinha do Brasil, quando os barqueiros locais transportaram os alunos de volta para a suas casas. Segundo observou o pesquisador Marcelo Bousada, houve receio de alguns alunos ao entrar na lancha escolar, pois, na região é comum acidentes com embarcações cobertas. Durante as atividades, os pesquisadores sinalizaram para a dificuldade de buscar os alunos em casa quando a maré está baixa.

quarta-feira, 17 de março de 2010

UnB e FNDE iniciam pesquisa sobre custo do transporte escolar aquaviário

Começou em 13/03 a pesquisa de campo sobre os custos do transporte escolar aquaviário, a ser realizada em nove municípios espalhados por todo o território nacional. Doze pesquisadores do Ceftru, divididos em três equipes estão percorrendo nove municípios nesta etapa da coleta de dados. A etapa de coleta de dados deve terminar em 18/04.

O objetivo da pesquisa é validar a metodologia proposta para estimar o custo de transportar cada aluno que utiliza o Transporte Escolar Rural no modo Aquaviário (marítimofluvial e lacustre). A equipe vai analisar, a partir da coleta de dados, as variáveis e coeficientes de consumo que subsidiam o cálculo do custo operacional do transporte escolar. O custo do transporte aquaviário deve contemplar todos os custos, fixos e variáveis, envolvidos na prestação do serviço, sua manutenção, operação e a remuneração do capital investido, incluindo impostos e taxas.

A pesquisa deve apontar também informações que caracterizam a frota em relação ao tipo de embarcação, a quantidade de barcos utilizados, à idade, à capacidade de passageiros, ao tipo de motor e ao material empregado na construção da embarcação. Para se obter o custo do transporte escolar aquaviário também será necessário coletar informações sobre a propriedade das embarcações, os salários de condutores, monitores e mecânicos, a quantidade de alunos transportados por turno de aula, o tempo gasto para realizar as rotas (ida e volta) e os consumos das embarcações.

A coleta de dados será realizada em 10 municípios, sendo 1 piloto mais 9 municípios. A pesquisa piloto ocorreu entre os dias 20 e 24 de fevereiro no município de Paranaguá, no litoral do Paraná.. E agora, os pesquisadores estarão também em Orós (CE) Tucuruí e Santarém, (PA) Mazagão (AP) Corumbá (MS), Iranduba (AM), Barão de Melgaço (MT) e Guaraqueçaba (PR). Os pesquisadores divididos em três grupos devem percorrer em rotas e em embarcações com características distintas para que a metodologia desenvolvida no Ceftru seja testada de várias maneiras.

terça-feira, 16 de março de 2010

Pesquisadores da UnB chegam a Abaetetuba

A pesquisa sobre o transporte escolar aquaviário chega a sua segunda cidade após uma viagem de 5h. Em Abaetetuba, no Pará, os pesquisadores devem caracterizar o transporte realizado pelas embarcações locais e compreender a gestão do transporte escolar da cidade. No primeiro contato com o município os pesquisadores se encontraram com o vice-prefeito, Ronald Margalho, com o secretário de educação, Jéferson Felgueiras, e com a coordenadora do transporte escolar, Conceição Bragança, para discutir sobre a complexidade do transporte escolar no município. Abaetetuba possui 72 ilhas sob a sua administração e necessita atender cerca de 14 mil estudantes com o transporte escolar rural.

Para Jerferson Felgueiras, secretario de educação de Abaetetuba, sem o transporte escolar não seria possível cumprir a legislação vigente. “O transporte escolar é fundamental para garantir o acesso e a permanência do aluno na escola. Sem ele a evasão escolar seria muito grande. É por este motivo que não medimos esforços para garantir este direito”. Para o transporte escolar aquaviário em Abaetetuba são utilizados rabeta; pópópó (canoa com motor); e “motor”, embarcação para 35 pessoas.


Pesquisadores se encontram com gestores do transporte escolar de Abaetetuba

Localizado na região nordeste do Pará e na microrregião de Cometa, Abaetetuba possui um população estimada em 139 mil habitantes, sendo que quase 50% estão localizados na zona rural. O município possui, aproximadamente, 192 escolas municipais, apresentando uma taxa de alfabetização da ordem de 81,9%, com um índice de evasão escolar de 4%, para os que possuem idade 7 a 14 anos, e de 13,10%, para os jovens de idade entre 15 e 17 anos, como aponta o censo escolar de 2009. Dos 53 mil alunos matriculados nas escolas municipais, 11 mil utilizam o transporte escolar aquaviário.

Durante as atividades de campo, os pesquisadores devem acompanhar entre 8 e 10 rotas escolares, percorrendo trechod na costa, nas ilhas e no município sede. A pesquisa em Abaetetuba terá duração de cinco dias e está prevista para ser concluída no próximo dia 18.

Em Abaetetuba 11 mil alunos dependem de transporte escolar aquaviário

No município de Abaetetuba mais de 6% dos alunos matriculados no ensino fundamental dependem de transporte escolar rural. O município, distante 73 quilômetro de Belém, tem 53 mil estudantes matriculados nas escolas municipais, como apontou o último censo escolar, em 2009.  Deste total, 14 mil dependem do transporte escolar rural, dos quais 11 mil utilizam algum veículo aquaviário para chegar à escola, como aponta estudo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O município tem aproximadamente 192 escolas e executa 600 rotas escolares, divididas em dois turnos. Os pesquisadores acompanharam de 8 a 10 rotas caracterizando a embarcação, ou seja, as duas lanchas da marinha que estão em teste, o tempo gasto, e entrevistando pais, alunos e gestores do transporte escolar. Abaetetuba fica na região mesoregião do nordeste do Pará e na microrregião de Cometá. Com uma população de cerca de 140 mil habitantes e IDH 0,706, Abaetetuba é o segundo município a ser caracterizado pela pesquisa sobre transporte escolar aquaviário, da UnB.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Duas rotas escolares percorridas pelas lanchas em Santa Cruz do Arari

Os pesquisadores percorreram duas das 15 rotas escolares existentes em Santa Cruz do Arari – município localizado na Ilha do Marajó, no Pará. A primeira viagem, executada na lancha 2, pela líder da pesquisa Renata Maia, e pelos pesquisadores Amanda Odelius e Diego Baravelli foi acompanhada pelo secretário de educação local, Jorge Feio, e percorreu um trecho conhecido por “Porto Alegre/Carimbo/Vila do Jenipapo. Na primeira rota escolar selecionada foram transportados três estudantes da Escola Municipal Nossa Senhora do Brasil, do ensino fundamental. O acompanhamento da rota foi realizada no dia 10 de março.
Durante as atividades programadas pela a pesquisa, foram entrevistadas a diretora da escola, duas crianças e uma professora. A rota foi percorrida em 20 minutos pela lancha escolar desenvolvida pela Marinha do Brasil em um trecho que levaria cerca de 1h com uma embarcação do tipo rabeta, própria da região. Os pesquisadores também fizeram o percurso utilizando o transporte escolar local, uma canoa com motor.

Segundo grupo: A equipe formada pelo gerente da pesquisa, Marco Fleming e pelos pesquisadores, André Di Mônaco e Marcelo Bousada percorreu a rota “Tartaruga”, uma distância de 45 km até a escola Eurípides Mendes Pamplona. Durante o percurso, que só utilizou a lancha desenvolvida pela Marinha do Brasil, os pesquisadores entrevistaram duas crianças, uma de 4 anos e outra de 11 anos.

Pesquisador Diego Baravelli no veículo utilizado para o transporte escolar em Santa Cruz do Arari

Tripulantes do “Natureza” são capacitados para manutenção das lanchas escolares

Tripulantes do barco Natureza são capacitados por técnicos da Yamaha Motor para realizar a manutenção das lançhas escolares desenvolvidas pela Marinha para o Programa Caminho da Escola. Participaram do treinamento Da Silva, Josafá e Jonathas, tripulantes responsáveis por pilotar as lanchas escolares durante o desenvolvimento da pesquisa de campo.

O treinamento teve como objetivo mostrar o funcionamento das lanchas e a maneira correta de realizar a sua manutenção preventiva. Para a manutenção, cada lancha vem acompanhada por um kit com acessórios como manuais do motor e rádio comunicador filtro de combustível, hélices, entre outros. As lanchas foram desenvolvidas especificamente para o transporte dos estudantes.

Construídas em alumínio naval, com 7,30m de comprimento e aproximadamente 1,8 de largura, as lanchas escola incluem itens de segurança, como coletes salva-vidas, extintor de incêndio, sirene, luzes de navegação e rádio comunicador. Cada lancha escola foi desenvolvida para o transporte de 20 alunos, incluído um lugar para pessoas com necessidades especiais.

Transporte escolar em Santa Cruz do Arari

A lancha esolar da Marinha em Santa ruz do Arari e a canoa utilizada pelos alunos
O município de Santa Cruz do Arari tem 2074 crianças matriculadas na educação básica, de acordo com o último censo escolar, em 2009, sendo que 121 delas necessitam de transporte escolar rural. O município tem 10 escolas municipais e executa 15 rotas escolares. Os pesquisadores acompanharam três destas rotas verificando a embarcação, o tempo gasto, as condições de acesso dos alunos etc. Santa Cruze fica na região do Marajó e na microrregião do rio Arari, distante 178 quilômetros de Belém. O acesso à cidade é realizado por três maneiras distintas: barco quando inverno, carro quanto verão e avião. Com uma população de mais de 6 mil habitantes e IDH 0,639, Santa Cruz do Arari é a primeira cidade por onde passa a pesquisa sobre transporte aquaviário, realizada por uma equipe do Centro Interdiciplinar de Estudos em Transportes (CEFTRU), da UnB.

Pesquisa realiza a sua primeira viagem de campo

O primeiro município visitado pela pesquisa de campo sobre transporte escolar aquaviário no Brasil foi Santa Cruz do Arari, Pará. O barco Natureza saiu às 5h da Base Naval de Val-de-Cães, em 09/03, e viajou por 13 horas até chegar á Jenipapo, distrito localizado a 3km de Santa Cruz do Arari. Participam desta etapa da pesquisa piloto 14 pessoas do CEFTRU, sendo 10 pesquisadores. Já na primeira noite os pesquisadores se reuniram com o prefeito Marcelo Pamplona e o secretário de educação Jorge Feio. No encontro foi possível levantar dados sobre a educação e o transporte escolar. Durante as atividades de campo, os pesquisadores irão acompanhar quatro rotas escolares e entrevistar alunos, pais, professores e gestores. A pesquisa piloto terá duração de cinco dias e será concluída no próximo dia 13 de março.

TV Liberal entrevista gerente da pesquisa do transporte escolar aquaviário

A pesquisa sobre transporte escolar aquaviário participou na última segunda-feira, dia 08, do programa “Bom Dia Pará”, da TV Liberal, afiliada da Rede Globo. A participação do gerente do projeto, Marcos Fleming, ocorreu na Estação das Docas e teve como tema o lançamento da pesquisa e a entrega das lanchas escolares pela Marinha, realizado no mesmo dia pela tarde.A entrevista foi realizada pela jornalista Brena Moreira e exibida ao vivo, às 7h.

Fleming se preparando para entrar ao vivo no programa Bom Dia Pará.

Começa pesquisa sobre transporte escolar aquaviário com entrega das primeiras lanchas escolares em Belém

A equipe da pesquisa durante na solenidade de entrega das lanchas
A lancha escolar da Marinha. Do FNDE, José Maria, Daniel Balaban e Freitas
vice-almirante Rodrigo Otavio e  contra-almirante Francisco Roberto
As duas primeiras, das 600 lanchas escolares que a Marinha do Brasil está construindo para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), foram entregues no dia 08/03 na Base Naval de Val-de-Cães, em Belém (PA). A cerimônia de entrega das lanchas teve participação do presidente do FNDE, Daniel Silva Balaban e do Vice-almirante Rodrigo Otávio, do 4º distrito naval. As duas primeiras embarcações produzidas pela marinha serão utilizadas na primeira pesquisa nacional sobre transporte escolar aquaviário, realizada pelo Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes (Ceftru) da Universidade de Brasília (UnB) cujo trabalho de campo começou na segunda-feira e Belém e vai até o mês de junho, quando a equipe chega a Porto Velho (RO).


O presidente do FNDE visitou o barco que servirá de base para a pesquisa do transporte escolar aquaviário na companhia dos dois coordenadores deste trabalho, Marcos Fleming e Willer Carvalho.

“É muito emocionante constatar que cada sugestão que demos para melhorar as condições de transporte dos estudantes foram consideradas”, afirmou a professora Sandra Helena Lima, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) do Pará e da Regional Norte. Entre as sugestões está a instalação de sanepas (cortinas) transparentes para proteger as crianças das chuvas e garantir a visibilidade ao condutor da embarcação.

“Este é um momento de quebra de paradigma que servirá para a recuperação da cidadania dos pequenos cidadãos que precisam chegar às escolas”, afirmou o vice-almirante Rodrigo Otávio Fernandes de Hônkis, comandante do 4º Distrito Naval. “É também a oportunidade que a Marinha tem de celebrar esta parceria para diminuir a evasão escolar e aumentar a permanência na escola dos pequenos brasileiros moradores das regiões ribeirinhas da Amazônia”.

Carência - Para Daniel Balaban, presidente do FNDE, a importância das lanchas escolares é imensa para a melhoria da qualidade da educação no País. “Temos no Brasil 300 mil crianças que vão para a escola usando barcos, sendo 180 mil só na Região Norte”. Ele disse ainda que as lanchas escolares serão entregues pelo FNDE aos municípios em que houver maior carência de transporte para os estudantes.

Segundo o diretor de engenharia naval da Marinha, contra-almirante Francisco Roberto Portella Deiana, a entrega das embarcações tem relevância especial porque estabelece a primeira etapa da parceria entre o Ministério da Educação e o Ministério da Defesa para a construção de 600 lanchas escolares. “A segunda fase prevê a transferência da construção para a iniciativa privada, com o consequente aumento na oferta de emprego”.

Das 600 lanchas, 300 serão feitas na Base Naval de Val-de-Cães, em Belém, 200 na Base Naval de Natal (RN) e 100 na Base Naval de Aratu, em Salvador (BA). Construídas em alumínio naval, com 7,30m de comprimento, as lanchas incluem itens de segurança, como coletes salva-vidas, extintor de incêndio, sirene, luzes de navegação e rádio comunicador. Podem transportar até 20 alunos, incluído um lugar para portador de necessidades especiais.

Pesquisa - Promovido pelo FNDE e desenvolvido pela Universidade de Brasília, através do Ceftru, o levantamento vai apontar a realidade vivida pelos estudantes das cidades ribeirinhas da Amazônia na hora de ir para a escola. Também vai identificar as rotas fluviais utilizadas na região, o número de alunos transportados em embarcações, as condições técnicas desses barcos, o tempo gasto e a expectativa de pais e alunos, autoridades municipais e comunidades ribeirinhas.

Durante três meses, os pesquisadores do Ceftru da UnB percorrerão cinco mil quilômetros pelos rios Guamá, Tapajós, Amazonas e Solimões, entre Belém (PA) e Tefé (AM), analisando pelo menos 65 rotas percorridas por alunos que moram em áreas ribeirinhas para chegar às salas de aula.

presidente do FNDE visita o barco 'Natureza acompanhado' de Marcos Fleming

segunda-feira, 8 de março de 2010

Embarcação é adaptada para receber pesquisadores

O barco Natureza – base de apoio durante os noventa dias de duração da pesquisa do transporte escolar aquaviário passou por uma reforma para atender às necessidades específicas da equipe de pesquisadores. Na embarcação foi instalado um sistema de comunicação via satélite, e criado um espaço, em um dos paviamentos, para ser o escritório dos profissionais, pedagogos, geógrafos e antropólogos durante os trabalhos da pesquisa. A embarcação será a “casa” dos pesquisadores durante os próximos três meses.

O barco Natureza saiu de Santarém onde foi reformado e seguiu para Belém na base naval de Val-de-Cães de onde inicia a viagem por 16 municípios nos rios Guamá, Amazonas e Tapajós, no Pará, e Amazonas e Solimões, no Amazonas.

A embarcação recebe uma pequena estação de trabalho com uma rede conectada a Internet para o envio de dados que serão analisados no CEFTRU, em Brasília.

Pesquisadores da UnB chegam à Belém

Marcelo Bouzada e Wagner Alarcão 

Equipe da pesquisa sobre transporte escolar aquaviário chega à capital paraense para dar início às atividades de campo. No primeiro dia de atividade em Belém foi realizado uma reunião para definir as atividades que serão executadas até a saída do barco Natureza, no dia 8. A equipe é composta por oito pessoas, sendo 5 pesquisadores.

Após a primeira reunião, a equipe da pesquisa foi dividida em dois grupos de quatro pessoas. Cada grupo ficou responsável por realizar a compra de alimentos não perecíveis, dos materiais de limpeza e orçar de alguns equipamentos que serão utilizados durante a expedição pela bacia amazônia.

Durante as atividades do dia, a primeira equipe, composta pelos pesquisadores Renata Maia, Amanda Odelius, Diego Baravelli e por Regina Wendling, responsável pela logística da pesquisa, comprou a geladeira, a maquina de lavar, os dois freezers e uma parte dos mantimentos não perecíveis, como feijão, arroz, macarrão e condimentos.

O segundo grupo, composto pelos pesquisadores Marcelo Bousada e Henrique Bousada e por Efraim Neto e Wagner Alarcão, pesquisaram preços do gerador de energia que será utilizado no apoio das atividades elétricas do barco Natureza. Esse grupo também se deslocou até o estaleiro do professor Kao, engenheiro naval responsável pela avaliação do barco Natureza, em Icoaraci, distrito de Belém, local onde o barco  passará pelos últimos ajustes antes do início da pesquisa de campo.

Pesquisadores em campo têm apoio do Laboratório de Geoprocessamento

O laboratório de geoprocessamento do CEFTRU - Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes – está equipado para apoiar os pesquisadores em campo. Com as tecnologias disponíveis foi possível, por exemplo, determinar as distâncias entre as cidades percorridas gerando imagens via satélite. Houve um trabalho anterior de desenhar e avaliar as rotas escolares que os pesquisadores vão percorrer durante os trabalhos. A geógrafa Bruna Werneck, do CEFTRU produziu os mapas dos 16 muncípios onde estão as 64 rotas escolares que serão avaliadas e testadas com as duas lanchas escolares desenvolvidas pela Marinha do Brasil.